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Especial

Remo inaugura CT inédito no Rio já de olho nos Jogos de Tóquio 2020

O primeiro dia de jogos da chave principal da etapa do Rio de Janeiro do Circuito Mundial de Vôlei de Praia, no Centro Olímpico de Tênis – primeira competição oficial internacional realizada no Parque Olímpico da Barra da Tijuca desde o fim dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 –, não foi o único evento desta quinta-feira (18.05) na capital fluminense que reforça que o legado dos Jogos pode ser visto em várias modalidades. No mesmo dia foi inaugurado, na área do Estádio de Remo da Lagoa, reformada para os Jogos Rio 2016, o Centro de Treinamento de Remo Olímpico e Paralímpico, a primeira instalação de formação e de alta performance da modalidade no país.

O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, descerra a placa do CT de Remo. Antes, ele visitou as instalações do local, como o Laboratório de treinamento de temperatura, umidade e altitude. Fotos: Danilo Borges e Paulo Rossi/ME

 

Criada com o objetivo de abranger desde a fase de captação e detecção de talentos até o suporte para atletas de alto rendimento, o CT será referência nacional para a prática do remo recreativo ou competitivo objetivando a disputa de campeonatos regionais, nacionais, internacionais e, principalmente, a preparação dos atletas para os Jogos de Tóquio 2020.

O novo espaço, que deverá iniciar a operação em dez dias, conta com uma estrutura sem precedentes no país para o remo. Com sala de musculação, salas de avaliações médicas e fisioterápicas, além de dormitórios, o CT herdará equipamentos de primeira linha utilizados nos Jogos Rio 2016, o que permitirá que os atletas treinem com materiais equivalentes àqueles usados nos principais centros de remo do planeta.

O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, participou da inauguração e falou sobre a importância da nova estrutura.  “É um espaço que traz as mais modernas tecnologias e instalações altamente qualificadas, que permitirão que os atletas brasileiros possam se desenvolver. O CT está à altura do que merece o remo brasileiro. Aqui e em outras estruturas a gente consegue ver o legado olímpico na prática”, afirmou.

“Nós temos embarcações que foram adquiridas por ocasião das Olimpíadas sendo usadas pelo centro de treinamento, temos equipamentos de arbitragem e de raiamento adquiridos para as Olimpíadas sendo usados, além da própria reforma do estádio de remo aqui da Lagoa, que foi feita por ocasião das Olimpíadas. Além disso, o calendário de eventos do Parque Olímpico da Barra e de Deodoro começam a se desenhar com intensidade. A partir de hoje, se iniciou a etapa do Circuito Mundial de Vôlei de Praia no Centro Olímpico de Tênis. Na próxima semana, o Velódromo recebe o Estadual de Ciclismo do Rio de Janeiro e, no final de junho, o Campeonato Brasileiro, tanto da categoria júnior quanto da categoria elite e paraolímpico. Teremos ainda, neste fim de semana, competições de judô em Deodoro e assim por diante, com mais de 20 eventos já confirmados para o Parque Olímpico”, enumerou o ministro.

Modo legado

Para os Jogos Rio 2016, o Ministério do Esporte viabilizou a aquisição de 90 embarcações, adquiridas pela Marinha, para uso no apoio às provas aquáticas dos megaeventos, entre elas o remo. No modo legado, o CT já foi contemplado com equipamentos adquiridos pelo Comitê Rio 2016 e utilizados nos Jogos, como catamarãs e sistema Albano de raias (que determina como devem ser as demarcações das linhas de competição), por exemplo.

O presidente da Federação de Remo do Estado do Rio de Janeiro, Paulo Carvalho, lembrou que apesar da descrença de muitos, o legado dos Jogos é, sim, uma realidade.

“Poucos acreditavam no legado. E nós tivemos um grande legado. A estrutura toda desses boxes, a torre de arbitragem, rampas, catamarãs… O remo foi presenteado com um grande legado. A Federação pegou esse legado e o transformou em um centro de treinamento cujo objetivo é possibilitar ao atleta melhorar seu rendimento para que daqui a quatro anos (em Tóquio 2020) nós tenhamos resultados”, afirmou o dirigente.

Os equipamentos foram doados à Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj) por indicação do Ministério do Esporte. Paulo Carvalho, o CT ainda receberá outros materiais, como barcos que atualmente estão com a Confederação Brasileira de Remo (CBR).

Investimentos

Em 2017, a Confederação Brasileira de Remo receberá R$ 2,7 milhões de recursos da Lei Agnelo/Piva. Entre 2011 e 2013, o Ministério do Esporte celebrou três convênios com o Clube Pinheiros e o Grêmio Náutico União, no valor total de R$ 11,6 milhões, para aquisição de equipamentos para modernizar diversas modalidades, entre elas o remo.

Essas parcerias possibilitaram a compra de 17 novos barcos da marca italiana Filippi, os mais utilizados por equipes de outros países que disputam as principais competições no mundo, além de equipamentos auxiliares específicos do remo.

Outro investimento federal que beneficia o remo é a Bolsa Atleta. Atualmente, 149 remadores recebem o benefício. As bolsas pagas anualmente somam R$ 2 milhões. Do total, 134 atletas são olímpicos, que somados recebem R$ 1,7 milhão, e 15 são paralímpicos, para os quais serão destinados em 2017 outros R$ 319,2 mil. Além disso, o remo paralímpico teve atletas com os planos esportivos aprovados para o recebimento da Bolsa Pódio em 2017.

A remadora carioca Fernanda Nunes disputou as Olimpíadas do Rio e afirmou que o legado dos Jogos vai além do novo CT. “Tem um legado moral, que foi o nosso país poder acompanhar de perto uma Olimpíada e valorizar vários outros esportes que muitas vezes não são tão divulgados. O remo já foi um esporte popular, ele perdeu essa popularidade e a gente viu (nas Olimpíadas) o estádio de remo cheio de gente, torcendo. Tivemos também as obras no estádio. A gente já frequentava o box da Federação e ele passou por reforma. Tudo isso veio de positivo. A gente ganhou catamarãs e oficializou que a nossa lagoa é uma lagoa olímpica, capaz de receber regatas de grande porte. Isso tudo, para mim, é legado”, concluiu a atleta.

Do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Magalhães – Ministério do Esporte