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Especial

A menos de cinco meses dos Jogos, Lagoa ainda espera dragagem

Intervenção será feita na área das raias das competições olímpicas de remo e canoagem

RIO – A menos de cinco meses para o início da primeira edição de Jogos Olímpicos realizada na América do Sul, um cartão postal da cidade ainda espera intervenções para se adequar ao programa da competição: a Lagoa Rodrigo de Freitas. A principal preocupação é que as raias das disputas de remo e canoagem tenham profundidade mínima de três metros, como determina a Federação Internacional de Remo.

No último dia 1º, a Federação de Remo do Estado do Rio de Janeiro (Frerj) entregou ao governo do estado as seis garagens ocupadas pelos clubes no Estádio de Remo da Lagoa, e os espaços recebem intervenções para os jogos, em ritmo acelerado. A área voltará ao controle das agremiações após a realização dos Jogos Paralímpicos. Sobre o prédio, será instalada uma arquibancada provisória, com capacidade para duas mil pessoas.

O ambientalista Mário Moscatelli mostra preocupação com a dragagem e destaca que ela acontece em um período que não é o mais adequado ao ecossistema.

— Precisamos encarar a Lagoa como um metabolismo e entender que no verão ele fica mais acelerado, e no inverno ele se acalma. A dragagem deveria ter sido feita no inverno passado e, agora, inspira muito cuidado, para evitarmos a mortandade de peixes — afirma.
Presidente da Frerj, Paulo Carvalho está otimista com a condução da dragagem das raias de competição Lagoa Rodrigo de Freitas – Agência O Globo / Guilherme Leporace

Presidente da Frerj, Paulo Carvalho está otimista com a condução da dragagem das raias de competição Lagoa Rodrigo de Freitas - Agência O Globo / Guilherme Leporace

Presidente da Frerj, Paulo Carvalho está otimista com a condução da dragagem das raias de competição Lagoa Rodrigo de Freitas – Agência O Globo / Guilherme Leporace

Apesar do prazo exíguo, o presidente da Frerj, Paulo Carvalho, está confiante.

— A Lagoa está muito mais limpa do que no passado e não pode ser comparada com a Baía de Guanabara, que é um esgoto a céu aberto. Haverá tempo sim — prevê.

A instituição busca aproveitar o protagonismo olímpico para obter vantagens para a modalidade e revindica junto à prefeitura a cessão de uma parte do terreno da antiga academia Estação do Corpo para a construção do Centro de Treinamentos Fabiana Beltrame, que seria o primeiro do esporte no país.

— Infelizmente, não temos obtido respostas do município — afirma.

Em resposta ao GLOBO-Zona Sul, a Secretaria municipal Saneamento e Recursos Hídricos informou que, com a dragagem, pretende retirar cerca de 90 mil metros cúbicos de lodo, areia e sedimentos diversos nas áreas onde serão instaladas as raias de competição, localizadas próximo à sede social do Flamengo e ao Píer do Humaitá. O órgão informou ainda que as obras vão acontecer em dois turnos e durarão três meses, com custo estimado em R$ 10 milhões.

A Secretaria municipal de Conservação e Serviços Públicos informou que as obras para o Parque Radical já estão 80% prontas e devem ser concluídas até o fim do ano. A pasta informou ainda que nunca recebeu o pedido da Frerj de modo oficial.

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